9 de fevereiro de 2015

Alzheimer (TESTE PREVENTIVO)- Pesquisa recente traz esperança para portadores - Luiza Gosuen


PERGUNTAS E PONTUAÇÕES DO SISTEMA RÁPIDO DE AVALIAÇÃO DA DEMÊNCIA:
O teste avalia mudanças nas habilidades cognitivas e funcionais do paciente. Você deve comparar o paciente agora com o que ele costumava ser - a questão central é a mudança. Em cada categoria, escolha a frase que melhor descreve o paciente e anote quantos pontos equivale. Some os pontos de cada questão e veja, ao final do teste, o que essa pontuação significa.
Nem todas as características precisam estar presentes para que a resposta seja escolhida.

MEMÓRIA

0 ponto - Não há perda de memória óbvia. Esquecimentos irregulares que não interferem com as atividades diárias
0,5 ponto - Esquecimento leve e regular ou parcial de eventos, que pode interferir com atividades diárias; repete perguntas e frases, coloca objetos em lugares incomuns; esquece compromissos
1 ponto - Perda de memória leve a moderada, mais perceptível quando se trata de eventos recentes; interfere com as atividades diárias
2 pontos - Perda de memória moderada a severa; novas informações são rapidamente esquecidas; só lembra de informações aprendidas com muito esforço
3 pontos - Perda de memória severa; quase impossível recordar novas informações; memória de longo prazo pode estar afetada

ORIENTAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL

0 - Plenamente orientado quanto a pessoas, espaço e tempo praticamente sempre
0,5 - Leve dificuldade em manter controle do tempo; pode esquecer datas com mais frequência do que no passado
1 - Dificuldade leve a moderada em acompanhar o tempo e sequências de eventos; esquece o mês do ano; orientado em locais familiares, mas fica confuso fora de espaços conhecidos; perde-se e fica vagando
2 - Dificuldade moderada a severa; geralmente desorientado quanto a tempo e espaço (familiar ou não); frequentemente tem dificuldade em lembrar do passado
3 - Orientado apenas quanto ao próprio nome, ainda que possa reconhecer parentes

TOMADA DE DECISÕES E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

0 - Resolve problemas cotidianos sem dificuldades; lida bem com questões pessoais e financeiras; habilidades de tomada de decisões consistentes com seu histórico
0,5 - Leve debilidade (ou maior demora) na resolução de problemas; dificuldade com conceitos abstratos; decisões ainda coerentes
1 - Dificuldades moderadas em lidar com problemas e tomar decisões; delega muitas decisões a terceiros; percepção e comportamento sociais podem estar levemente comprometidos; perda de discernimento
2 - Gravemente debilitado em lidar com problemas, tomando apenas decisões pessoais simples; percepção e comportamento sociais frequentemente debilitados; sem discernimento
3 - Incapaz de tomar decisões ou resolver problemas; terceiros tomam quase todas as decisões para ele ou ela

ATIVIDADES FORA DE CASA

0 - Leva adiante sua profissão de forma independente, realiza compras, atividades comunitárias e religiosas, voluntárias e em grupos sociais
0,5 - Leve debilidade nessas atividades se comparado a desempenhos prévios; leve mudança nas habilidades como motorista; ainda capaz de lidar com situações de emergência
1 - Incapaz de funcionar de modo independente, mas ainda capaz de acompanhar compromissos sociais; parece "normal" a terceiros; mudanças perceptíveis nas habilidades como motorista; preocupações quanto à habilidade dela de lidar com situações de emergência
2 - Sem habilidade de praticar atividades fora de casa de forma independente; parece bem o suficiente para ser levado para atividades exteriores, mas geralmente precisa estar acompanhado
3 - Incapaz de praticar atividades de forma independente; parece muito doente para ser levado a atividades fora de casa

HABILIDADES EM CASA E HOBBIES

0 - Atividades em casa, hobbies e interesses pessoais mantidos em relação ao comportamento prévio
0,5 - Leve debilidade ou perda de interesse nessas atividades; dificuldade em operar equipamentos (sobretudo os mais novos)
1 - Debilidade leve porém definitiva em casa e em hobbies; abandonou tarefas de maior dificuldade, bem como hobbies e interesses mais complexos
2 - Preservadas apenas as atividades diárias mais simples; interesse muito restrito em hobbies, cumprido com pouco rigor
3 - Sem habilidade significativa em tarefas domésticas ou em hobbies prévios

HÁBITOS DE HIGIENE PESSOAL

0 - Totalmente capaz de se cuidar, vestir, lavar, tomar banho, usar o banheiro
0,5 - Mudanças leves nas habilidades com essas atividades
1 - Precisa ser lembrado de ir ao banheiro, mas consegue fazê-lo de forma independente
2 - Precisa de ajuda para se vestir e limpar; ocasionalmente incontinente
3 - Requer considerável ajuda com a higiene e cuidado pessoal; incontinência frequente

MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO E PERSONALIDADE

0 - Comportamento social apropriado, nas esferas pública e privada; nenhuma mudança na personalidade
0,5 - Mudanças questionáveis ou muito leves em comportamento, personalidade, controle emocional, pertinência das escolhas
1 - Mudanças leves em comportamento ou personalidade
2 - Mudanças moderadas em comportamento ou personalidade, afetando a interação com as pessoas; pode ser evitado por amigos, vizinhos ou parentes distantes
3 - Severas mudanças de comportamento ou personalidade, tornando inviáveis ou desagradáveis as interações com terceiros

HABILIDADES DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO

0 - Nenhuma dificuldade de linguagem ou esquecimento de palavras; lê e escreve tão bem quanto no passado
0,5 - Dificuldade leve porém mostra consistência em encontrar as palavras ou termos descritivos; pode levar mais tempo para completar raciocínio; leves problemas de compreensão; conversação debilitada; pode haver efeitos sobre leitura e escrita
1 - Dificuldade moderada em encontrar as palavras certas; incapaz de nomear objetos; notável redução em vocabulário; compreensão, conversação, leitura e escrita reduzidas
2 - Debilidades moderadas ou severas na fala ou na compreensão; dificuldade em comunicar pensamentos aos demais; habilidade limitada em leitura e escrita
3 - Deficits severos em linguagem e comunicação; pouca ou nenhuma fala compreensível

HUMOR

0 - Nenhuma mudança de humor, interesse ou motivação
0,5 - Ocasionais momentos de tristeza, depressão, ansiedade, nervosismo ou perda de interesse/motivação
1 - Questões moderadas porém diárias com tristeza, depressão, ansiedade, nervosismo ou perda de interesse/motivação
2 - Questões moderadas com tristeza, depressão, ansiedade, nervosismo ou perda de interesse/motivação
3- Questões severas com tristeza, depressão, ansiedade, nervosismo ou perda de interesse/motivação

ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO

0 - Atenção normal, concentração e interação com o meio que o rodeia
0,5 - Problemas leves de atenção, concentração ou interação com o ambiente; pode parecer sonolento durante o dia
1 - Problemas moderados de atenção e concentração; pode ficar olhando fixamente para um ponto no espaço ou de olhos fechados durante alguns períodos; crescente sonolência durante o dia
2 - Passa parte considerável do dia dormindo; não presta atenção ao seu redor; quando conversa diz coisas sem lógica ou que não têm relação ao tema
3 - Habilidade limitada ou inexistente para prestar atenção ao ambiente externo.
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PONTUAÇÃO: O teste não equivale a um diagnóstico médico. A pontuação final vai de zero a 30, e pontuações mais altas sugerem maior perda cognitiva. Os padrões de avaliação, a partir da aplicação do teste em 267 pacientes, indicam que:
Normal: 0-1 pontos
Leve debilidade cognitiva: 2 a 5 pontos
Demência leve: 6 a 12 pontos
Demência moderada: 13 a 20 pontos
Demência severa: 20 a 30 pontos
Pontuações altas indicam que o paciente deve passar por uma avaliação médica para um diagnóstico formal. Pontuações "normais" sugerem que é improvável que o paciente sofra de demência, mas é possível também que a doença esteja em estágios muito iniciais. Caso haja suspeitas de demência por outros motivos, é bom buscar ajuda profissional.
(O teste é de autoria de James E Galvin e New York University Langone Medical Center)
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 Doença de Alzheimer é testada e revertida pela primeira vez

A doença de Alzheimer foi revertida pela primeira vez no Canadá e com sucesso. Uma equipe de investigadores canadenses, da Universidade de Toronto, liderada por Andres Lozano, usou uma técnica de estimulação cerebral profunda, diretamente no cérebro de seis pacientes, conseguindo travar a doença. O estudo vem publicado na «Annals of Neurology».
Em dois destes pacientes, a deterioração da área do cérebro associada à memória não só parou de encolher como voltou a crescer. Nos outros quatro, o processo de deterioração parou por completo.
Nos portadores de Alzheimer, a região do hipocampo é uma das primeiras a encolher. O centro de memória funciona nessa área cerebral, convertendo as memórias de curto prazo em memórias de longo prazo. Sendo assim, a degradação do hipocampo revela alguns dos primeiros sintomas da doença, como a perda de memória e a desorientação.
Imagens cerebrais revelam que o lobo temporal, onde está o hipocampo e o cingulado posterior, usam menos glicose do que o normal, sugerindo que estão desligadas e ambas têm um papel importante na memória.
Para tentar reverter esse quadro degenerativo, Lozano e sua equipa recorreram à estimulação cerebral – enviar impulsos elétricos para o cérebro através de eléctrodos implantados.
O grupo instalou os dispositivos perto do fórnix – um aglomerado de neurônios que enviam sinais para o hipocampo – dos pacientes diagnosticados com Alzheimer há pelo menos um ano. Os investigadores aplicaram pequenos impulsos eléctricos 130 vezes por segundo.
Testes realizados um ano depois mostram que a redução da glicose foi revertida nas seis pessoas. Esta descoberta pode levar a novos caminhos para tratamentos de Alzheimer, uma vez que é a primeira vez que foi revertida.
Os cientistas admitem, no entanto, que a técnica ainda não é conclusiva e que necessita de mais investigação. A equipa vai agora iniciar um novo teste que envolvem 50 pessoas. 

Mal de Alzheimer
Existem vários tipos de demência, em que há decréscimo das capacidades de funcionalidade, comprometimento das funções cognitivas – atenção, percepção, memória, raciocínio, pensamento, linguagem etc. – e da capacidade físico-espacial. 
O Mal ou Doença de Alzheimer é a principal causa de demência que causa problemas de memória, pensamento e comportamento. A doença é responsável por 50% a 80% dos casos de demência no mundo.
O Alzheimer é degenerativo, mais comum após os 65 anos de idade e caracteriza-se pela perda progressiva de células neurais. A médica Sonia Brucki, do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia, explica que há um acúmulo anômalo de algumas proteínas no tecido cerebral que provoca a morte dos neurônios. 
“Até agora se acredita que isso seja multifatorial, causado por componente genético, fatores externos (baixa escolaridade, por exemplo), alterações vasculares (hipertensão, diabetes etc.), traumatismos cranianos com perda de consciência, alterações nutricionais e depressão”, enumera. Outros problemas podem causar demências, por exemplo, deficit de vitaminas, doenças da tireoide, alterações renais, portanto doenças que podem ser evitadas.
Atualmente, não existe medicação disponível para evitar esse acúmulo de proteínas, mas há medicamentos que retardam a progressão do Alzheimer. Algumas medicações, fornecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), aumentam uma substância no cérebro que, em menor quantidade, traz alterações na memória. 
Os sintomas geralmente são desenvolvidos lentamente e pioram com o tempo. Alguns pacientes conseguem ter uma redução progressiva da doença, mas outros não conseguem voltar à normalidade. Em casos mais graves, o paciente pode ter apatia, depressão, alucinação e pensamentos delirantes. 
O médico neurologista Fábio Henrique de Gobbi Porto diz que o principal sintoma é a dificuldade de aprender coisas novas. O idoso não consegue se lembrar de fatos recentes como, por exemplo, o dia da semana. Tem também dificuldade para fazer contas. 
Segundo ele, na fase inicial, o paciente pode ser lembrado de informações importantes e ter o suporte da família. Na fase moderada, tem uma dependência maior da família e, às vezes, existe mudança do comportamento. Na fase mais grave, tem dificuldade para realizar funções básicas, como urinar, dificuldade para engolir e até agressividade. A fase mais grave dura, em média, oito anos.
A família precisa ficar atenta a qualquer decréscimo de qualquer capacidade da pessoa, seja memória, dificuldade de realizar tarefas complexas, nomear coisas, problemas de linguagem. “Nem sempre começa com problemas de memória”, alerta Brucki.
Ainda não existe cura para o Mal de Alzheimer, mas alguns estudos testam medicações que poderiam estacionar a doença. De acordo com o neurologista Fábio Henrique de Gobbi Porto, já foi provado cientificamente que a escolaridade, principalmente na fase mais básica, é um fator protetor contra o Alzheimer. 
Além disso, a prática de exercícios físicos e uma dieta saudável previnem a doença. “Algumas teorias dizem que a atividade física aumenta o fluxo sanguíneo no cérebro, aumenta a lavagem (retirada) da proteína do Alzheimer que se acumula no cérebro, além de melhorar o humor e a saúde em geral”, explica.

Pesquisadores australianos criaram uma tecnologia de ultra-som não-invasiva que limpa o cérebro 

das placas amilóides neurotóxicos responsáveis ​​pela perda de memória e pelo declínio da 

função cognitiva em pacientes com Alzheimer.

Se uma pessoa tem a doença de Alzheimer, isso é geralmente o resultado de uma acumulação de dois tipos 
de lesões - placas amilóides e emaranhados neurofibrilares. As placas amilóides ficam entre os neurônios
e criam aglomerados densos de moléculas de beta-amilóide.

Os emaranhados neurofibrilares são encontrados no interior dos neurónios do cérebro, e são causados por 
proteínas Tau defeituosas que se aglomeram numa massa espessa e insolúvel. Isso faz com que pequenos
filamentos chamados microtúbulos fiquem torcidos, perturbando o transporte de materiais essenciais, como 
nutrientes e organelas.
Como não temos qualquer tipo de vacina ou medida preventiva para a doença de Alzheimer - uma doença 
que afeta 50 milhões de pessoas em todo o mundo - tem havido uma corrida para descobrir a melhor forma 
de tratá-la, começando com a forma de limpar as proteínas beta-amilóide e Tau defeituosas do cérebro dos
pacientes.

Agora, uma equipa do Instituto do Cérebro de Queensland, da Universidade de Queensland, desenvolveu 
uma solução bastante promissora. Publicando na Science Translational Medicine, a equipe descreve a técnica 
como a utilização de um determinado tipo de ultra-som chamado de ultra-som de foco terapêutico, que envia 
feixes feixes de ondas sonoras para o tecido cerebral de forma não invasiva.

Por oscilarem de forma super-rápida, estas ondas sonoras são capazes de abrir suavemente a barreira
hemato-encefálica, que é uma camada que protege o cérebro contra bactérias, e estimular as células 
microgliais do cérebro a moverem-se. As células da microglila são basicamente resíduos de remoção de 
células, sendo capazes de limpar os aglomerados de beta-amilóide tóxicos.

Os pesquisadores relataram um restauro total das memórias em 75% dos ratos que serviram de cobaias 
para os testes, havendo zero danos ao tecido cerebral circundante. Eles descobriram que os ratos 
tratados apresentavam melhor desempenho em três tarefas de memória - um labirinto, um teste para levá-los
 a reconhecer novos objetos e um para levá-los a relembrar lugares que deviam evitar.
Fonte: Ciência online/março 2015

Leia mais sobre a doença:

Tudo sobre Alzheimer - para cuidadores e familiares:

http://luizagosuen.blogspot.com.br/2015/01/alzheimere-o-tempo-levou-minha-historia.html

Alzheimer independe de envelhecimento:

http://luizagosuen.blogspot.com.br/2015/03/alzheimer-independe-de-envelhecimento.html

Vídeo prático - A Evolução do Alzheimer
http://luizagosuen.blogspot.com.br/2015/07/video-pratico-evolucao-do-alzheimer.html

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