19 de julho de 2018

Ludopatia- Transtorno do Jogo Patológico- Luiza Gosuen


 
Ludopatia ou Transtorno do jogo Compulsivo é uma doença comportamental com compulsão por jogar. Igual a qualquer vício, como alcoolismo e uso de drogas, que pode afetar todas as idades, homens e mulheres  e todo nível social. Mesmo não tendo consumo de substância química, a sensação de prazer e a área estimulada no cérebro é a mesma.



 E tudo pode começar de maneira agradável numa reunião com amigos e até entre familiares num final de semana e, aos poucos, o vício vai se instalando com pequenas apostas  entre eles passando depois a bingos na igreja e quando percebe já está apostando alto em casas de jogos.



São chamados  jogos de azar: loteria, carteado, bingo, tômbola, truco, caça-níqueis, pôquer, jogos de carta pela internet, leilões e até bolsa de valores. Muitos consideram ser falta de caráter dos jogadores porque envolve gastos que a pessoa não tem e deixa a família com sérios problemas de dívidas,  pois na maioria das vezes perde nas apostas ou quando ganha quer jogar de novo para  ganhar mais ou recuperar o que perdeu-  o que na maioria das vezes não acontece. É um desvio comportamental, uma doença patológica que atinge até 2% da população brasileira e que pode ser tratado.
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A proposta de abrir casas de jogos e cassinos no Brasil já é antiga e ainda não foi aprovada, o que poderá subir ainda mais essa estatística, já que temos um aumento de cerca de 130 novos casos de doentes a cada ano. Foi constatado isso pela ocasião onde houve a liberação das casas de Bingo. Houve a  proliferação dessas casas em muitos lugares, o que levou a um aumento proporcional e considerável de apostadores, cerca de 300 novos casos de pacientes compulsivos por semana.


Para muitas pessoas o jogo é uma diversão inocente, que proporciona alegria, momento de encontro com amigos, alivia a tensão, diminuiu a ansiedade e principalmente, devolve sua capacidade de mostrar que pode enfrentar desafios, superar seus medos e sua  capacidade de ter  dinheiro e pagar suas dívidas.

Quando o "jogar" sai da dimensão de brincadeira e passa a ser uma compulsão, ou seja, quando precisa recuperar o que perdeu ou mostrar aos "amigos" que pode ganhar ainda mais. É nesse momento que o jogador  faz a aposta, perde e volta pra fazer tudo de novo . Então, estamos diante de um jogador patológico, que muitas vezes associa também esse vício à bebida, fumo, noitadas fora de casa e a conta só vai aumentando.
Alguns pacientes ganharam uma única vez, e essa sensação de empoderamento e reconhecimento diante seus "amigos" jogadores, o faz enganar a si mesmo e achar que todas as outras vezes que perdeu foi só "azar", que irá ganhar novamente. Se somar tudo que já perdeu - e aqui envolve também saúde e aborrecimento familiares e, em muitos casos, até o fim do casamento - daria para ter esse montante de dinheiro em seu benefício e de sua família, mas deixou tudo na casa de jogo.

 Em muitos casos, a pessoa começa por estar endividada e vai para o jogo como um escape, achando que vai solucionar seu problema na primeira jogada e depois não voltará mais. Isso pode até acontecer, caso a pessoa realmente ganhe o que precise na primeira vez e tenha um forte propósito que isso já resolveu o problema e que não irá voltar a jogar, mas raramente isso acontece.  O jogador considera ter sido fácil ganhar  ou porque não ganhou hoje mas amanhã terá mais sorte e então porquê não arriscar mais uma vez, outra vez , mais uma vez e quando percebe gastou até o que não tinha e está nas mãos de agiotas,  empréstimos de  amigos ou pior...de bancos.

O escritor russo Fiódor Mikhailovich  Dostoiévski , famoso por seu magnífico trabalho onde descreve com clareza as vivências psicológicas e  sofrimentos emocionais  de seus personagens, era  epilético, jogador patológico e retrata de maneira intensa e assertiva essa trajetória em suas narrativas. Apesar de caso como o dele e de outro,s terem registro desde século 19, só recentemente por volta de 1980, esses  fatos  foram reconhecidos como transtorno psiquiátrico.

Sintomas mais comuns

*Impulsividade
*Agressividade
*Ansiedade
*Estresse e dívidas
*Desemprego
*Alcoolismo
*Amigos jogadores
*Conflito de relacionamento familiar
*Carência emocional

Tudo isso junto aliado a uma companhia que estimule a jogar ou mesmo sozinho,  procurando um escape para uma solução rápida - pronto- está formada a situação perfeita diante uma mesa de jogo.

Diagnóstico

1-Ficar com pensamento voltado apenas para oportunidade de ir jogar;
2-Procurar maneira de como aumentar suas apostas para ganhar mais;
3-Ficar impaciente quando não pode ir jogar;
4-Mentir para familiares que não jogou e negar envolvimento com jogo.
5-Roubar dinheiro de familiares para jogar;
6-Desviar dinheiro do orçamento familiar para o jogo;
7-Pedir dinheiro emprestado de amigos e empréstimo com agiotas para jogar;
8-Prejudicar relacionamentos importantes e oportunidades de trabalho para jogar;
9-Ter o jogo como é uma forma de escape das tensões e de prazer;
10-Tentar parar de jogar e não conseguir.

Para firmar o diagnóstico de transtorno patológico deve-se considerar pelo menos 3 dessas etapas acima, num prazo de 1 semana.

Jogadores  patológicos e Usuários de drogas


Estudos mostram em pesquisas que  jogadores patológicos e usuários de drogas apresentam sintomas parecidos, predisposições genéticas para o comportamento impulsivo e buscam resultados imediatos para satisfazer suas necessidades.  Os dependentes de substâncias químicas precisam cada vez mais de drogas para suprirem sua ansiedade assim como os jogadores compulsivos se arriscam e apostam  cada vez mais quantidades maiores de dinheiro para satisfação de seu ego e alívio de sua tensão.

 A abstinência também é severa e notada nos dois casos, quando fica por um tempo curto sem o jogo ou sem a droga.

Jogos Eletrônicos e o Transtorno Psiquiátrico



A OMS -Organização Mundial da Saúde- está sendo pressionada por profissionais da saúde e já estuda, para o próximo ano, a possibilidade de incluir o vício em vídeo games e jogos eletrônicos como sendo  transtorno psiquiátrico.

O Distúrbio dos jogos eletrônicos (Gambling Disorder) tem características diferentes de outros jogadores. Visto em maior escala entre jovens, principalmente asiáticos.
Atitudes prejudiciais mais observadas são:

* Reprovação escolar;
* Afastamento do convívio social;
* Briga com  familiares;
* Isolamento até dos amigos;
* Privação de sono e alimento para não sair da frente do game;
* Ficar na internet o dia todo,
* Sentimento de tristeza;
* Insegurança;
* Baixo autoestima;
* Vida virtual mais importante que vida real;
* Dificuldade de relacionamento pessoal;

Recaídas
É preciso apoio de familiares e seguir o tratamento que ajuda a fortalecer sua capacidade de superação e descobrir novos talentos e novas oportunidades. Ter convicção de que se abandonar a luta antes de sentir que pode andar sozinho, logo encontrará um desvio, uma companhia que o levará a jogar ou um motivo, sem motivo justificável para voltar ao vício.


Tratamento

O tratamento inclui principalmente participação familiares,Terapia  Cognitiva, Terapia Comportamental, Psicoterapia Individual,Terapia Ocupacional, Psicoterapia de grupo e Orientação Familiar  na busca pelo auto controle físico e emocional.

Jogadores Anônimos foi criado nos Estados Unidos em 1957 e no Brasil existe em cerca de 13 cidades com salas de reuniões no intuito de ajudar pessoas envolvidas com o vício. O lema é:  "Só por hoje, não vou fazer a primeira aposta". Um dos grandes mantras das reuniões dos Jogadores Anônimos, para o compromisso com o tratamento.

*Importante- Procure ajuda

PRO- AMJO:   Programa Ambulatorial do Jogo do Departamento de Psiquiatria da USP. Marcar triagem pelo telefone 11-3069.7805 para  início em no máximo 1 mês.

10 de julho de 2018

Transtorno comportamental e Conduta Antissocial- Luiza Gosuen



Quem já não presenciou uma criança fazendo manha, se jogando no chão, puxando o cabelo da irmãzinha, tomando a força e quebrando o brinquedo de outra criança ou mordendo a babá ? Essas situações constrangedoras todos nós já presenciamos e isso, além de ser desagradável, incomoda muita gente.


A pessoa com comportamento inconveniente, que atrapalha e por vezes chega até aborrecer outras pessoas, deve ser analisada com critérios específicos pelos pais e educadores. Normalmente, se observa esses comportamentos desde a infância, em bebês com comportamentos egocêntricos, irritantes e birrentos. Crianças mal educadas ou mimadas que não têm limites estabelecidos e não são orientadas e corrigidas quando praticam tais atitudes tendem a desenvolver esse tipo de comportamento por entenderem que está correto e que pode fazer qualquer coisa.  Então, invadem espaço de outras crianças,  manipulam as brincadeiras,  falam muito alto ou gritam o tempo todo, dominam os brinquedos, discriminam outras crianças e,  até  mesmo os pais e outros adultos de seu meio.  Esses comportamento quando não corrigidos vão piorando com a idade . Começam então as mentiras,  se agrupam com outras crianças do mesmo comportamento para, em grupos,  fazerem traquinagem e maldades com outras crianças,  desrespeitar professores, bagunçar em sala de aula, matar aula e cometer até pequenos delitos como forma de mostrar que podem transgredir as normas e enganar pessoas . 

Desobediência ou Comportamento com Transtorno de Conduta? 
Como diferenciar.



Toda criança com desenvolvimento normal no seu cognitivo e em sua formação de personalidade irá testar até onde pode ir e vai depender de quem a orienta para definir seus limites. Quando uma atitude abusiva acontece é preciso que estabeleça regras e que mostre para a criança o porquê deve rever e corrigir seu comportamento. Não se pode apenas proibir ou castigar, tem que conversar e mostrar a consequência do que ela fez,  que tudo não gira em torno dela e que nem tudo pertence a ela. Mesmo que na infância o egocentrismo faça parte de suas atitudes  é recomendado orientá-la para  saber conviver socialmente de maneira adequada com as demais pessoas e ter seu espaço garantido no meio que vive porém, deve entender que esse espaço também pertence a outras pessoas e que deve ser repartido, respeitado e compartilhado.

Quando extrapola suas atitudes e as repetições inapropriadas e desafiadoras estão sendo constantes é preciso rever junto aos pais ou responsáveis qual atitude tomar - e aqui cabe até atuação de um terapeuta ou psiquiatra para ajudar na orientação - pois, muitas vezes são pais que não sabem como interferir  de maneira assertiva com a criança.  Essas atitudes repetitivas de comportamento inadequado é o que chamamos de Transtorno de Conduta Antissocial. 

Já quando são situações esporádicas de brincadeiras ou bagunças própria de crianças e que não comprometem outras pessoas, mas que mesmo assim não são apropriadas para o local ou para aquele momento (ex: igreja, cinema, velório e até se intrometer na conversa de adultos) então, pode-se dar uma repreensão,  uma bronca, colocar de castigo pra pensar ou uma  chamada de atenção resolverá o problema. Esses são Distúrbios de Conduta que podem ser corrigidos por pais ou professores por serem apenas comportamentos inadequados, diferente dos Transtornos  de Conduta Antissocial que são transtornos psiquiátricos com deformação na formação da personalidade e que necessita da atuação de um profissional, psicólogo ou psiquiatra.

Sintomas no Transtorno de Conduta Antissocial 

1- Empurra, derruba, bate nos colegas
2- Rabisca paredes, sofás e rasga páginas de livros escolares.
3-Bilisca e morde as pessoas
4-Utiliza de algum objeto para bater e machucar irmãos e colegas de escola.
5- Intimida pessoas, atormenta e tira a tranquilidade nos lugares que frequenta.
6- Se apropria de objetos que não lhe pertence.
7-É atraído para coisas perigosas, como fogo e altitude.
8-Faz crueldade com animais, amarrando, batendo ou confinando bichinhos em caixas apertadas.
9-Mente para conseguir vantagens.
10-Constrange pessoas fazendo bullying e menosprezando autoridades.
11-Estraga propriedade particular de outros como riscar carro, chutar  portões, rasgar sacos de  lixo ou vandaliza patrimônio público.
12-Entra em casas abandonadas ou pula muro de quintais para praticar pequenos delitos.
13-Foge de casa e passa noite fora sem avisar ninguém.
14- Mata aulas ou foge da escola em dias de prova.
15- Usa de drogas e consumo de álcool.

Diagnóstico

Para se considerar o diagnóstico de Transtorno de Conduta Antissocial é preciso pelo menos três dessas referências  de sintomas ou comportamentos com equivalência antissocial similar, ocorridos nos últimos 12 meses sem que não tenha tido consciência do que fez ou arrependimento do fato cometido.

Deve-se considerar ainda, se houve algum acontecimento com fato novo como: mudança de escola,  algum acidente físico, acontecimento traumático com mudança radical na sua rotina , envolvimento emocional perturbador durante esse período na vida escolar, familiar ou pessoal desse paciente.
 
Os sintomas geralmente são observados em crianças no início da infância e na puberdade, podendo persistir até idade adulta. É importante avaliar acontecimentos como: se tem pais adotivos, privação afetiva, abuso sexual, discórdia familiar, comportamento agressivo ou uso de drogas de um dos pais(ou dos dois), separação conjugal dos pais, perda de um ente querido muito próximo,chegada de um irmãozinho, mudança de professores que ele gostava muito, habitar em local de violência, escola com amigos também com comportamento inadequado ou bullying na escola.


Tratamento

Os tratamentos variam de acordo com a gravidade e intensidade das ocorrências, podendo ir desde uma orientação terapêutica nos casos de crianças pequenas e nos casos mais brandos com intercorrências esporádicas até intervenção de equipe multiprofissional  para casos de adolescentes ou adultos com indicação de terapia ocupacional, oficina de arte, prática de esportes para aliviar estresse , diminuir a tensão e conflitos internos. Nos casos mais graves pode ser preciso tratamento psiquiátrico quando em envolvimento de agressividade e violência a terceiros sendo algumas vezes, necessário a internação e uso de medicamentos psicofármacos  nos casos psicóticos,  de ideias paranóides, convulsões e uso de drogas.

A hospitalização do paciente só se faz necessária quando acontecer risco eminente do paciente como em casos de suicídio, auto-agressão, delinquência ou homicídio. Se possível usar da internação em hospital-dia onde o acompanhamento é mais próximo a estabilidade emocional  e física do paciente ou até que os medicamentos começarem o efeito e depois continuar com a terapia.

*Importante

A observação criteriosa pelos professores em sala de aula diante qualquer alteração no comportamento das crianças  deve ser considerada e acompanhada, com orientação aos pais e responsáveis. Avaliar o fato ocorrido e não apenas já rotular a criança. Não despreze, nem faça vista grossa e não ache engraçado comportamentos agressivos  a nenhum tipo de comportamento ou incompatibilidade observada em sala de aula , no pátio, nos banheiros ou nos espaços de convivência e interação social na escola. Quanto mais cedo for detectado alguma anormalidade no comportamento da criança, melhor será o diagnóstico e mais rápido o tratamento.

3 de julho de 2018

Síndrome da Felicidade/ Síndrome da Insatisfação Crônica - Luiza Gosuen


O ser humano sempre procurou pela  " Fonte da Juventude e " Onde Encontrar a Felicidade" como sendo a chave para a solução de seus problemas, colocando todas suas fichas no modo de ser sempre jovem, bonito e feliz como sendo esses, os fatores primordiais para  uma vida plena.

  A psicoterapia tem se deparado há séculos, no atendimento a pacientes que procuram soluções mágicas para  eliminar seus sofrimentos achando que, se resolver o que está no exterior tudo fica perfeito - o que é um equivoco - pois as causas das angústias que atormentam as pessoas estão no seu íntimo, guardadas ou escondidas delas mesmas e não adianta fazer plásticas, mostrar-se feliz em fotos nas redes sociais, ser sorridente e pensar positivo que seus problemas não  irão se  resolver.  O tratamento consiste em ir a fundo, sem medo, no que está trancado no porão da mente amargurando o coração e só assim poderá trazer a alegria de volta ou conseguir o caminho para seguir em frente, em paz.
Carl Rogers psicólogo do século passado, desenvolveu a Teoria Humanista que foca no indivíduo e em tudo que está a sua volta como sendo fatores importantes para o desenvolvimento pessoal, com liberdade para seu crescimento como um todo. É a subjetividade que constrói a individualidade e a formação do eu, com suas características, crenças e valores que lhe são importantes ou que com o aprimoramento do conhecimento e da personalidade, podem vir a serem incorporados ou não em sua estrutura pessoal e  humanista.


Na Universidade de Havard, o curso mais popular é o de "Felicidade", onde o professor Tal Ben-Shahar ensina a ser feliz.  O curso faz parte da graduação do Curso de Psicologia não como matéria básica, com notas a serem almejadas, mas para ajudar os alunos na realização pessoal e satisfação profissional, pois muitas vezes a pessoa tem - aparentemente - tudo para se considerar realizado e senti-se infeliz.
Isso foi inclusive o que aconteceu com esse professor e o motivo pelo qual ele resolveu inovar. Muitas vezes, achamos que ter sucesso, dinheiro ou fama é o que traz felicidade. Essas são etapas que para muitos são importantes, porém se você não está em um contexto de acolhimento e reconhecimento no trabalho, entre familiares e amigos, dificilmente essas coisas irão completar qualquer pessoa, por muito tempo.
No trabalho é preciso ter união para atingir as metas, realização de trabalho em equipes focadas no desempenho do projeto, mas também na capacitação dos talentos de cada um. Na família é preciso compartilhamento, respeito e participação integrada entre todos e os amigos fecha o ciclo com a companhia, a conversa que traz entusiasmo, diversão e o prazer de ser aceito num grupo afetivo.

Em 1922, o físico e cientista alemão Albert Einstein quando em um visita a Tóquio, estava hospedado no Imperial Hotel Tokyo  e recebeu um mensageiro que foi lhe entregar um comunicado. Sem dar gorjeta ao mensageiro pelo serviço, Einstein escreveu de próprio punho duas notas em um papel e entregou ao mensageiro. Numa estava escrito  “Talvez, se você tiver sorte, essas notas acabarão sendo muito mais valiosas que uma simples gorjeta” e na outra: ."Onde há desejo há um caminho". Era a "Fórmula da Felicidade" que ele entregava nas mãos daquele mensageiro.


Hoje, 95 anos depois, os escritos de Einstein se tornaram públicos com a sensibilidade e sabedoria do grande mestre. Não adianta ter fama, dinheiro e corpo perfeito é preciso ter meta e saber qual o caminho escolhido para ser feliz, com satisfação, desejo e brilho nos olhos. Não importa o que os outros pensam. A felicidade está dentro de você e pode ser qualquer coisa e, muitas vezes, quanto mais simples for o desejo maior felicidade lhe proporcionará.


Síndrome da Felicidade

Apesar de muita procurada, a felicidade está bem perto de todos nós. Basta nos darmos conta que o que nos faz feliz, pode não ser o que faz outra pessoa feliz, que não temos que ser igual. Somos seres únicos, feitos por Deus como obra -prima.
 O que nos realiza está em nosso íntimo. Pode ser que, se começarmos a nos desprender de coisas materiais ou a nos comparar com outras pessoas iremos descobrir um universo rico e cheio de particularidades dentro de cada um de nós  que irá trazer a felicidade que nos falta e tanto procuramos.

"Precisamos de pouca coisa para viver e menos ainda para ser feliz" Luiza Gosuen

Insatisfação Crônica

Vivemos uma época onde tudo é fácil. Na maioria das vezes, com apenas um toque se consegue ter o que precisa, e tudo se pode conseguir com facilidade. Uma grande maioria da população mundial habita em lugares prósperos e com acesso a facilidades, novidades de todo tipo e com oportunidades na internet para todo tipo de conhecimento, porém quanto mais tudo isso está a disposição de muitos, maior é a insatisfação e angústia que as pessoas experimentam em suas vidas.
Procuram a satisfação e felicidade em coisas ilusórias, acúmulo de bens materiais e momentos de fama que em nada irão contribuir para sua real satisfação interior.

O desejo que a mídia impõe como sendo algo prioritário e que você precisa conseguir "agora" é um desejo falso e inexistente e muitas vezes, pode até trazer consequências sérias, quando estimular a adquirir algo que está fora de seu orçamento, fazendo com que sua vida se torne cheia de dívidas e empréstimos tirando-lhe a paz. E, se você conseguir esse tal desejo imposto pela mídia, irá perceber que na verdade você não precisava dele e que agora que tem, em nada mudou sua satisfação e ainda o deixou endividado, com preocupações e pior... continua infeliz. 

A insatisfação, também tem um lado positivo, quando nos impulsiona a mudar, a seguir em frente para superar ou a conquistar novos patamares. Nesse sentido é bom e importante saber a hora de sair do senso comum e da acomodação, mas sem exagerar na mudança para não comprometer sua satisfação interior, que deve ser baseada em suas necessidades e não na dos outros. 

A Síndrome da Insatisfação Crônica surge com o reclamar constante de tudo, desde um relacionamento que não traz mais compartilhamento ou satisfação íntima e daí as reclamações se entendem para todas as áreas, tanto da casa  como do trabalho, dos amigos, da cidade e até de você mesma. É uma ansiedade que não se acalma e surge então o impulso de comprar tudo que vê pela frente com a intenção de preencher esse vazio existencial (quanto maior  o número de sacolas que você saí de um shopping, maior é a revelação de sua infelicidade).  Só que isso não preenche nada e nem melhora seu Complexo de Inferioridade.

Existe sim, insatisfações pontuais. Em alguma época, por algum motivo específico todos nós temos algum tipo de insatisfação, mas quando a insatisfação é contínua , que atormenta todos a sua volta e que deixa a pessoa infeliz o tempo todo, então é preciso rever o que está acontecendo porque pode inclusive se estender para outro tipo de doença que pode ser uma Depressão, Taquicardia, Transtorno Afetivo Bipolar e até Síndrome do Pânico.

**Importante
Ouça seus amigos. Tenha mais tempo com sua família. Reveja sua espiritualidade. Valorize a si mesmo. Abrace mais seus filhos. Se cuide e sorria mais, inclusive pra você mesmo. Procure a companhia de pessoas comprometidas com a vida. Observe a natureza, que foi feita pra alegrar sua vida. Irá perceber que muito que procurava está bem perto de você. Porém, se precisar de ajuda profissional procure um Psicólogo e não deixe de ser feliz.