4 de setembro de 2015

Orientação Sexual/ Identidade de gênero/Mudança de sexo (Vídeo) - Luiza Gosuen




Há alguns anos atrás, felizmente não mais, ouvia-se com certa frequência, notícias dando conta de que alguns profissionais da área de saúde enfrentavam problemas por atenderem pacientes heterosexuais com dificuldades de autoaceitação em sua definição sexual ou pessoas com transição de gênero. 

Desde quando eu ainda era estudante de psicologia, havia intensas discussões sobre o tema homosexualidade, existindo correntes radicais que chegavam ao absurdo de  classificar essa opção sexual como "doença".


As pessoas são livres, ou pelo menos deveriam ser, para fazer escolhas na vida. Toda escolha, como sabemos, têm consequências. Não é diferente em relação às escolhas ligadas à sexualidade.

A pergunta é a seguinte: Uma pessoa que optou pela homosexualidade ou transexualidade mas que por "n" motivos não tem se ajustado a esta escolha - não pela sua decisão, mas por problemas familiares ou até mesmo por discriminação na sociedade e no trabalho - vindo a desenvolver intenso desconforto e até sofrimento emocional por causa disso, deve buscar qual tipo de ajuda para resolver esse desconforto? 

A resposta é simples. Não é um problema fisiológico ou físico, portanto não é doença. A indicação é que seja procurado um Psicólogo por se tratar de problemas que envolvem condições emocionais. Esse conceito  "doença", como muitos ainda insistem em classificar por simples desconhecimento e até por ignorância, ficou disseminado por muito tempo na sociedade e que agora, por fim, está caindo por terra.

A Psicologia, como ciência, está a serviço do bem-estar emocional das pessoas. Ajudar profissionalmente alguém que demonstre claros conflitos sobre sua opção sexual trata-se de corroborar para que o indivíduo reafirme ou não sua opção sexual mas, ao fazê-lo, que esteja harmonizado consigo mesmo e cônscio de seu papel assumindo-se como homo, hetero ou transexual.


Existem pessoas que definem sua homosexualidade ou transexualidade e possivelmente lidam bem com sua escolha sem medos de serem aceitas, mas quando isso trouxer algum embaraço é preciso procurar orientação profissional. Estou certa de que, os profissionais habilitados em Psicologia ajudarão com uma abordagem assertiva e técnicas apropriadas focadas nas necessidades do paciente para enfrentar os problemas, medos e preconceitos que possam surgir na fase de afirmação ou de transição dependendo de cada pessoa  e de sua família, que pode ou não dar o apoio necessário nessa fase.


Isso pode ocorrer inclusive quando a pessoa já está casada/o, e percebe que sua sexualidade não está lhe trazendo prazer como pessoa e quer mudar esta situação de maneira sincera com seu parceiro/a.  Reafirmo que não é um "tratamento" porque não se trata de uma "doença", mas de uma assistência profissional ao paciente e muitas vezes estendido também a seus familiares.



Tipos de Orientação Sexual:

* Heterosexualidade

Caracterizada pela atração sexual e afetiva entre pessoas de sexos opostos.

* Homosexualidade

Atração sexual e afetiva entre indivíduos do mesmo sexo. Comumente, chama-se "gay" para designar a relação entre homens e "lésbica" quando ocorre entre mulheres.
* Bisexualidade
Atração sexual e sentimental com relacionamento tanto com pessoas do mesmo sexo e também do sexo oposto. 

*Pansexualidade

Também conhecida polisexualidade é caracterizada pela atração sexual ou afetiva por pessoas independente do gênero ou sexo entre elas. Não tem preferência sexual definida, sentem-se atraídos por todos os tipos de pessoas, inclusive por transexuais e intergêneros.

* Asexualidade

É a falta de orientação e desejo sexual. As pessoas asexuais não sentem desejos sexuais e não sentem atração física por nenhuma pessoa. Não se identificam com nenhuma orientação sexual definida. Podem até criar um laço afetivo com alguém, porém sem relacionamento sexual.

* Intergênero

Não é uma orientação sexual. Os intergêneros não se identificam nem como homens nem como mulheres. Podem ver-se como uma fusão de homens e mulheres. Combinam as duas identidades de gênero. Alguns se percebem como sendo um pouco da identidade masculino e feminino. 


Transexualidade

É quando uma pessoa não se sente identificada com o seu corpo e com a identidade que foi-lhe dada quando nasceu, ou seja seu gênero psicológico não corresponde ao físico. Isso pode acontecer já desde a infância onde se percebe que o menino se sente uma menina ou o contrário, onde a menina se identifica como sendo um menino. 
A transexualidade é diferente de homossexualidade, pois o homem homossexual não se sente mulher, sente-se homem, mas sua preferência sexual é apenas por homens. É considerado ser um transexual quando ele sente-se uma mulher e pode se relacionar com homem, com mulher e até com casais, porém será a orientação de seu gênero que irá definir sua orientação sexual e sua preferência sexual. 
Ortofaloplastia é a cirurgia que faz a mudança de sexo. A Cirurgia de Redesignação Sexual (CRS) ou Trangenitalização  proporciona a conversão de maneira radical e definitiva para que o homem faça a retirada de seu pênis e a mulher prolongue seu clitóris. Essas cirurgias são realizadas pelo SUS desde 2008.

**Importante**
Se você tem alguma dúvida sobre sua sexualidade, avalie suas sensações, pondere melhor sobre o assunto e, se constatar que não está satisfeito com o que deveria lhe proporcionar prazer procure ajuda médica e psicológica para orientá-lo(a) a lidar e viver com a sua sexualidade de forma mais saudável e sem conflitos. Tudo é passível de mudança e sempre o momento é agora.

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