Quem já não presenciou uma criança fazendo manha, se jogando no chão, puxando o cabelo da irmãzinha, tomando a força e quebrando o brinquedo de outra criança ou mordendo a babá ? Essas situações constrangedoras todos nós já presenciamos e isso, além de ser desagradável, incomoda muita gente.

Desobediência ou Comportamento com Transtorno de Conduta?
Como diferenciar.
Toda criança com desenvolvimento normal no seu cognitivo e em sua formação de personalidade irá testar até onde pode ir e vai depender de quem a orienta para definir seus limites. Quando uma atitude abusiva acontece é preciso que estabeleça regras e que mostre para a criança o porquê deve rever e corrigir seu comportamento. Não se pode apenas proibir ou castigar, tem que conversar e mostrar a consequência do que ela fez, que tudo não gira em torno dela e que nem tudo pertence a ela. Mesmo que na infância o egocentrismo faça parte de suas atitudes é recomendado orientá-la para saber conviver socialmente de maneira adequada com as demais pessoas e ter seu espaço garantido no meio que vive porém, deve entender que esse espaço também pertence a outras pessoas e que deve ser repartido, respeitado e compartilhado.

Já quando são situações esporádicas de brincadeiras ou bagunças própria de crianças e que não comprometem outras pessoas, mas que mesmo assim não são apropriadas para o local ou para aquele momento (ex: igreja, cinema, velório e até se intrometer na conversa de adultos) então, pode-se dar uma repreensão, uma bronca, colocar de castigo pra pensar ou uma chamada de atenção resolverá o problema. Esses são Distúrbios de Conduta que podem ser corrigidos por pais ou professores por serem apenas comportamentos inadequados, diferente dos Transtornos de Conduta Antissocial que são transtornos psiquiátricos com deformação na formação da personalidade e que necessita da atuação de um profissional, psicólogo ou psiquiatra.
Sintomas no Transtorno de Conduta Antissocial
1- Empurra, derruba, bate nos colegas
2- Rabisca paredes, sofás e rasga páginas de livros escolares.
3-Bilisca e morde as pessoas
4-Utiliza de algum objeto para bater e machucar irmãos e colegas de escola.
5- Intimida pessoas, atormenta e tira a tranquilidade nos lugares que frequenta.
6- Se apropria de objetos que não lhe pertence.
7-É atraído para coisas perigosas, como fogo e altitude.
8-Faz crueldade com animais, amarrando, batendo ou confinando bichinhos em caixas apertadas.
9-Mente para conseguir vantagens.
10-Constrange pessoas fazendo bullying e menosprezando autoridades.
11-Estraga propriedade particular de outros como riscar carro, chutar portões, rasgar sacos de lixo ou vandaliza patrimônio público.
12-Entra em casas abandonadas ou pula muro de quintais para praticar pequenos delitos.
13-Foge de casa e passa noite fora sem avisar ninguém.
14- Mata aulas ou foge da escola em dias de prova.
15- Usa de drogas e consumo de álcool.
Diagnóstico
Para se considerar o diagnóstico de Transtorno de Conduta Antissocial é preciso pelo menos três dessas referências de sintomas ou comportamentos com equivalência antissocial similar, ocorridos nos últimos 12 meses sem que não tenha tido consciência do que fez ou arrependimento do fato cometido.
Deve-se considerar ainda, se houve algum acontecimento com fato novo como: mudança de escola, algum acidente físico, acontecimento traumático com mudança radical na sua rotina , envolvimento emocional perturbador durante esse período na vida escolar, familiar ou pessoal desse paciente.

Tratamento
A hospitalização do paciente só se faz necessária quando acontecer risco eminente do paciente como em casos de suicídio, auto-agressão, delinquência ou homicídio. Se possível usar da internação em hospital-dia onde o acompanhamento é mais próximo a estabilidade emocional e física do paciente ou até que os medicamentos começarem o efeito e depois continuar com a terapia.
*Importante
A observação criteriosa pelos professores em sala de aula diante qualquer alteração no comportamento das crianças deve ser considerada e acompanhada, com orientação aos pais e responsáveis. Avaliar o fato ocorrido e não apenas já rotular a criança. Não despreze, nem faça vista grossa e não ache engraçado comportamentos agressivos a nenhum tipo de comportamento ou incompatibilidade observada em sala de aula , no pátio, nos banheiros ou nos espaços de convivência e interação social na escola. Quanto mais cedo for detectado alguma anormalidade no comportamento da criança, melhor será o diagnóstico e mais rápido o tratamento.
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