24 de outubro de 2016

Sindrome de Cotard - Um morto vivo - Luiza Gosuen


A Síndrome de Cotard é um transtorno 
psicológico raro, conhecida como Síndrome do cadáver ambulante (zumbi ou morto-vivo) onde a pessoa acha que está morta, que seus órgãos não estão mais funcionando e que o mundo ao seu redor não existe. 
Descrita pela primeira vez por Jules Cotard em uma conferência proferida por ele em 28 de junho de 1880. A característica principal dessa síndrome é a melancolia ansiosa, seguida por delírios de imortalidade, onde a pessoa não sente que está viva, que não existe.



Cotard descreveu a síndrome como um     delírio de negação, que variava desde a negação de apenas alguma parte do próprio corpo,  até sua negação por inteiro. 

Esses sintomas já tinham sidos observados desde 1788, mas não se sabia ainda entender esse transtorno. Em 1995, pela primeira vez, foi proposta uma classificação da síndrome com base em evidências de casos apresentados e analisando os fatos publicados.

Fases da doença:

* Fase de germinação - fase inicial- Depressão Psicótica  e Melancolia - poucos delírios niilistas (de negação) e pouca hipocondria (mania da doença), sem alterações de humor e pouca ansiedade.
* Fase da floração- fase onde a doença começa a se alastrar e os sintomas começam a surgir e se intensificar.
* Fase Crônica- os delírios de imortalidade se agravam, a ansiedade aumenta, a depressão se torna crônica com visão do mundo e de se mesmo completamente distorcida com alucinações auditivas.




Diagnóstico

Por ser uma condição ainda rara, há poucos relatos sobre a síndrome e não existem dados epidemiológicos importantes para estudos aprofundados. É preciso cuidado com o diagnóstico para não ser confundida com Esquizofrenia, onde o paciente confundi fatos reais com o que não é real e apresenta comportamentos fora do normal. Na síndrome de Cotard o paciente perde a referência de sentimentos em relação às pessoas de seu relacionamento devido à área do cérebro da afetividade que fica afetada, prejudicando esse reconhecimento. Acha que todos à sua volta também estão mortos.
No entanto, pode-se afirmar que, geralmente, a Síndrome de Cotard é encontrada em pessoas de meia idade ou mais velhas – embora alguns casos afetando jovens também tenham sido relatados na literatura. Um estudo de Hong Kong encontrou prevalência de 3,2% de SC ao analisar apenas idosos gravemente deprimidos. Por outro lado, em uma amostra mexicana de pacientes psiquiátricos, 0,62% apresentaram SC, o que podemos ficar alerta para costumes e tradições de povos ou rituais de algumas regiões, que podem influenciar para o despertar dessa condição e a doença surgir numa condição neurológica ou de doença mental.

Tratamento

É um tratamento demorado, porém se consegue um bom resultado com o apoio da família e de amigos persistindo com os medicamentos antidepressivos, ansiolíticos , antipsicóticos e os estabilizadores de humor que podem oferecer alívio ao paciente e momentos de equilíbrio emocional.

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