18 de junho de 2015

Ódio ou Raiva (qual a diferença) - Luiza Gosuen

 O ódio é uma força propulsora que pode induzir a pessoa a um pensamento obsessivo de vingança que irá impedi-la de pensar em qualquer situação que não seja de destruir, esganar e até matar.
O ódio é uma carga alta de sentimentos destrutivos que impedem a pessoa de raciocinar com discernimento. Seu pensamento é apenas de exterminar o que a incomoda, então planeja e executa.  


O ódio desorganiza os sentimentos, catalogando-os para situações reais ou imaginárias, induzindo a tomar atitudes que fortificam os pensamentos obsessivos para traçar uma meta de vingança. Esse comportamento irá conduzir uma nova rota de vida , delimitando os pensamentos apenas para execução do mal, estreitando sentimentos, apagando lembranças e desvirtuando vivências.

Dependendo do acontecimento, o ódio pela situação vivida leva a pessoa a despertar da situação onde era feita de fantoche por familiares, enganada por funcionários ou traída pelo companheiro fazendo que agora ela desvende o que não queria ver antes ou o que realmente não sabia que se passava, mas se a pessoa tem controle emocional, valores e princípios de vida, irá apenas se afastar do problema, corrigir o erro sem cometer atos de atrocidade. 

Nesse caso, o ódio retira a pessoa do comodismo, abre horizontes, clareia pensamentos que estavam embotados e faz com que perceba que não é um ser dependente de outro, que não é limitado. Faz com que tenha noção que tem garra e pode seguir em frente, sem usar de vingança ou de atitudes pífias. O ódio nesse caso, fez um bem a essa pessoa que agora será capaz de seguir seu caminho, com novos propósitos e agora com uma nova meta a atingir.

Sigmund Freud escreveu pela primeira vez em 1930, sobre o conflito existente entre nossos impulsos agressivos e a repressão desses impulsos pela vida em sociedade, sendo que a força resultante entre os impulsos e a repressão gera a culpa, que é o que nos leva ao controle e, ainda assim, em momentos de cólera, ninguém estaria livre de cometer algum ato impensado e violento.


A raiva é um descontrole emocional que resulta num ato de ira momentânea onde a pessoa pode não tomar nenhuma atitude drástica em relação a quem a ofendeu, porém guarda mágoa e fica remoendo aquela situação indigesta por anos, sem conseguir resolver e nem perdoar o outro.
Nas crianças pequenas, pelo fato de não ter discernimento ainda estabelecido, quando ocorre alguma coisa que desperta esse sentimento, ela revida instantaneamente com uma mordida, puxão de cabelo, empurrão,tapas, murros ,beliscões ou crise de birra jogando coisas no chão. 

Não adianta esconder quando a raiva aparece, fica revelado no semblante, no olhar, na postura corporal, na inquietação visível e até nas palavras que muitas vezes são agressivas e desinteligentes. É uma estratégia de nosso organismo frente a uma agressão, e isso é uma atitude normal. Tentar esconder ou disfarçar ocasiona um mal ainda pior. É preciso ser racional e não ter atitudes impulsivas nesse momento, pois são essas atitudes que irão trazer complicações em sua vida. Tente se acalmar e não revide. Reflita sobre o fato, só então o controle estará restabelecido.

Algumas vezes, quando o oponente não está na hora da raiva costuma-se descontar a carga negativa de cólera em quem está por perto, que quase sempre não tem nada a ver com o que provocou a situação.
Por exemplo, a mãe fica brava com alguma coisa que ficou sabendo do marido e se o filho grita ou deixa cair um copo, a mãe bate na criança com tanta força que pode chegar a machucar. Isso porque enquanto bate está despejando na criança o que está sentindo em relação ao marido.
Outra situação comum de raiva acontece no trânsito com provocações e intolerâncias e, se você for querer tirar satisfação e seguir o carro para descontar a provocação poderá atingir outro carro ou atropelar alguém no caminho. Portanto, cuidado com as reações nesse momento para não se arrepender depois.

Quando a explosão de raiva é desproporcional pode indicar um problema fisiológico, no córtex pré-frontal que é a área do cérebro responsável pelo controle de nossos impulsos e nesse caso é preciso uma avaliação psicológica e tratamento com terapia. Acredita-se que reações raivosas descontroladas podem estar ligadas a fatores de autoestima rebaixada e insatisfação consigo mesmo que elevam  o nível de estresse, podendo provocar inquietações exageradas.

Nem sempre falar sobre o problema com familiares ou amigos poderá ajudar, pois tendem a ficar do lado de quem está sendo "injustiçado" e isso pode aumentar ainda mais a raiva contida em relação ao oponente. Procurar um profissional é a maneira mais assertiva.

Nenhum comentário:

Postar um comentário