30 de janeiro de 2015

Transtorno Depressivo -(TESTE) - Luiza Gosuen

Frequentemente, diz-se estar depressivo toda vez que algo ruim nos acontece ou quando uma tristeza nos aflige. Também é frequente ouvirmos alguém vir de uma consulta médica com esse diagnóstico quando o quadro é  falta de ânimo, choro com facilidade, isolamento e sono excessivo.

Nem sempre esse quadro revela sintomas de uma Depressão ou Transtorno Depressivo que se caracteriza por uma gama variada de sintomas, que pode ser diferente em cada paciente, tanto na intensidade quanto na maneira de se manifestar.

Uma grande parte da população, em algum momento, já sofreu de Depressão, principalmente entre pessoas jovens na faixa de 15 a 30 anos, sendo que não é incomum diagnosticarmos também em crianças que sofrem de rejeição, problemas escolares, preconceitos, doenças hereditárias ou degenerativas, separação dos pais, morte de um ente querido etc.

É comum também entre pessoas idosas que foram abandonadas em asilos, que sofrem de maus tratos, que passam por tratamentos intensivos, que sofrem de doenças crônicas tornando-os dependentes ou que perderam pessoas queridas de maneira trágica ou não.

Nos jovens a frequência verificada tem sido devido a alteração hormonal que leva a um desnível do humor, variando desde uma melancolia à agressividade. Temos, ainda, o uso de substâncias tóxicas, preconceitos raciais, preferências sexuais, rejeição por sua imagem, desilusão amorosa, entre outros.

Os sintomas mais observados da Depressão são:

-Perda do apetite com redução de peso ou
 aumento do apetite com ganho de peso.
-Insônia ou Hipersônia (que é o desejo de dormir o tempo  
 
 todo).
-Perda de interesse por atividades cotidianas.
-Hiperatividade física ou sedentarismo.
-Redução do desejo sexual.
-Perda da energia ou sensação de fadiga.
-Sentimentos de desamparo.
-Auto reprovação.
-Culpa
-Redução da habilidade de concentração.
-Frequentes pensamentos de morte e suicídio.

Como vemos, aqui estão citados os sintomas mais comuns, porém existem muitos outros que podem incorporar ao diagnóstico. E não é preciso que todos se manifestem para se constatar o transtorno que poderá se patentear  com um único sinal ou com a somatória de outros.

Um sintoma fisiológico observado nos exames é quando acontece a desregulação do eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal, que leva a uma alteração no metabolismo podendo causar efeitos adversos do Hormônio do Estresse, sobre o Hipocampo que é a área da memória e do sistema límbico (emoções), que no caso da Depressão vai ocorrer diminuição no armazenamento  e processamento de informações de fatos do cotidiano, proporcionando prejuízo na concentração e dificuldade de memorizar fatos recentes.
A amígdala, outra estrutura do sistema límbico responsável pelas emoções, também tem sido muito estudada nos transtornos depressivos quando ocorre a redução do metabolismo cerebral e o aumento do metabolismo de glicose. Essas alterações no metabolismo modificam os sinais estressores, podendo levar a quadros de pensamentos obsessivos diante de algum acontecimento inusitado na vida do paciente. Essas regiões do cérebro responsáveis por respostas negativas, usam de neurotransmissores que são substancias que podem dar o start na depressão. As substâncias mais comuns são a serotonina e a noradrenalina - responsáveis por funções básicas como controle da dor, regulam o sono e o humor. Quando acontece um desequílibrio na produção dessas substâncias, a doença pode se manifestar.

Estudos recentes mostram que inflamação do cérebro pode se manisfestar e desenvolver devido a situações depressivas em decorrência de traumas e estão sendo medidas pela medicina nuclear, usando imagens por tomografia (PET)- tomografia por emissão de pósitrons. O pósitron é uma antipartícula do elétron que tem carga positiva (diferente da carga normal do elétron que é carga negativa, mas nesse caso é produzida artificialmente para captar a imagem)
Esse PET-scan  é indicado quando se tem suspeita de um câncer, para fazer uma avaliação e tratamento do tumor, normalmente ocorre em pessoas que já sofreram infartos ou para avaliar funções do cérebro caso apresente alguma alteração, pois avalia o metabolismo da estrutura analisada.

Voltando à pergunta inicial "Estou sem vontade de nada! Estou com depressão?"
Nem sempre essa resposta poderá ser positiva, pois este é apenas um dos sintomas que pode ser apenas um desconforto sendo que você pode estar sem vontade por outros motivos como:
 
-estar no emprego errado que não lhe realiza,
-morando numa cidade ou bairro que não lhe deixa satisfeito,
-trabalhar com pessoas que não se comprometem,
-estar estressado por problemas familiares,
-desilusão amorosa,

Muitas coisas podem tirar seu ânimo e não necessariamente lhe levar a um Transtorno Depressivo. Pode ser algo momentâneo ou que pode ser resolvido tomando uma atitude imediata de resposta positiva que reverta o quadro e possa livrá-lo desse incômodo, caso você queira realmente.

Agora, se o problema se tornar crônico, insolúvel, se não tem perspectiva de melhora ou se lhe incomoda  só de pensar, a ponto de afetar o funcionamento do organismo com sintomas como: cair cabelos, coceiras pelo corpo, intestino preso e, principalmente se autodesvalorizando é melhor, procurar ajuda de um profissional que irá identificar o que poderá estar lhe afligindo.

Teste de Auto Avaliação da Depressão
( de Zung)


Responda rapidamente sem refletir muito e assinale a pontuação numa folha à parte.
1=nunca
2=às vezes
3=frequentemente
4=quase sempre
1. Sinto-me desanimada deprimida e triste
  3  4 
2. De manhã é o momento em que eu me sinto melhor
 2  3  4 
3. Tenho crises de choro ou me sinto como se estivesse a chorar
 2  3  4 
4. Tenho problemas de sono durante a noite
 2  3  4 
5. Continuo a comer tanto quanto comia anteriormente
 3  2  1 
6. Ainda tenho prazer em ter relações sexuais
 3  2  1 
7. Notei que estou perdendo peso
 2  3  4 
8. Tenho problemas de prisão de ventre
 2  3  4 
9. O meu coração bate mais depressa do que o costume
 2  3  4 
10. Canso-me sem motivo
 2  3  4 
11. A minha mente está tão lúcida quanto antigamente
 3  2  1 
12. Tenho facilidade em fazer as coisas que fazia anteriormente
 3  2  1 
13. Sou agitado(a) e não consigo ficar parado(a)
 2  3  4 
14. Sou otimista quanto ao futuro
 3  2  1 
15. Sou mais irritável do que o usual
 2  3  4 
16. Tenho facilidade em tomar decisões
 3  2  1 
17. Sinto-me útil e necessário(a)
 3  2  1 
18. Tenho uma vida muito intensa
 3  2  1 
19. Tenho a sensação de que seria melhor se eu morresse
 2  3  4 
20. Ainda gosto de fazer as coisas que fazia anteriormente
 3  2  1 
Some os pontos obtidos e verifique o resultado relativo à sua ansiedade:
Entre 20 e 31 : baixa
Entre 32 e 43 : média baixa
Entre 44 e 55 : média
Entre 56 e 67 : média alta
Entre 68 e 80 : alta


Atenção: este teste, quando utilizado isoladamente, não tem valor diagnóstico. Procure um psicólogo 
ou psiquiatra.

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